
Grande perda de tempo e tolice de nossas mentes tentar evitar o inevitável. Somos joguintes da êxtase do destino, presos a intensos acontecimentos presentes que nos tornam completamente dependentes de nossas ideias. Fujo do nexo, quero o que nunca existiu. Insisto na minha filosofia confusa, quero enaltecer a minha história baseada em fatos, jamais em suposições.
Busco uma explicação inexplicável, qualquer sensação agora me torna cúmplice da mais precária palavra. É juntando letra a letra que formo orações dependentes das entrelinhas garantindo, assim, múltiplas facetas em cada rabiscar que desenho.
O embaraço dos meus sentimentos se reflete nesse meu estranho jeito de me expor. Estou presa a um emaranhado de fatos que me faz dar voltas em torno de linhas mal colocadas.
Cansei. Cansei de escutar aquela música cujas batidas parecem acompanhar o meu pulsar interno. Cansei de acreditar num sentimento que eu mal sei se existe. Cansei de ressaltar que o futuro é tão incerto quanto a certeza de que existe verdade. Cansei de ser eu mesma, do meu insistente senso de consequência. Cansei de me culpar, cansei de tanta coisa que a minha maior motivação é me agarrar, com todas as forças, a tudo que gira em torno da causa do meu viver.
O futuro, o destino? Sei lá, um dia ele vem, tão irresoluto quanto essas palavras que você jamais vai entender.
Se Eu morrer ...
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Se eu morrer de manhã
abre a janela devagar
e olha com rigor o dia que não tenho.
Não me lamentes. Eu não me entristeço:
ter tido a morte é mais do que...
