Estão chegando as belas tardes de abril...
Tento desfrutar o pôr-do-sol de outono,
Deito-me na relva, num frouxo abandono,
Relembro nosso caso de paixão febril...
Atravessamos juntos tantas estações
Que foge à mente o que esse amor durou,
Sonhos e planos que o tempo estilhaçou
Flutuam num mar de recordações...
Quando agora voltam os dias outonais,
Transbordam os prantos, lamentos, meus ais,
Eu revivo o dia em que você partiu
E senti um abismo irromper no peito,
Eterno tormento, a remoer, não tem jeito:
Numa doce - e triste - tarde de abril...
Mas afinal, o que se leva da vida, senão os remorsos?
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"Remorsos do que poderia ter sido e não foi, e do que se perdeu depois de
ter sido. Remorsos do que devia ter sido dito e feito, e não o foi a tempo,
o...